segunda-feira, novembro 27, 2006

Mariana

É assim, com uma Mariana mais velhinha, que resolvo um dos problemas das prendas natalícias. Nada como presentear os bisavós de uma menina muito especial com um retrato da sua bisnetinha que mora longe, mas que está sempre nos seus corações.

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Óleo sobre tela (50X40 cm)

quinta-feira, novembro 02, 2006

Memórias de uma ruivinha

Uma prenda especial para uns pais especiais.

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Desenho a carvão e pastel sobre papel

segunda-feira, outubro 23, 2006

Escolhos de muitas marés

Este é um estudo a carvão (com o meu lapizito de viagem) feito num caderninho de impressões que me acompanha para todo o lado. As pedras que aqui se vêem foram desenhadas de memória, fazendo apelo às muitas recordações da minha infância, pontilhadas de inúmeras deambulações pelas rochas postas a descoberto pela maré baixa na praia da Parede e das Avencas.

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Estudo a carvão para posterior pintura

Luminosidades

Um marco humano na paisagem, a pequena ilha de cimento do Bugio resiste às forças do mar e do rio, marcando o ponto de encontro entre duas águas de essência e origem diferentes.

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Aguarela sobre papel

terça-feira, outubro 17, 2006

Lânguido...

Um cansaço benéfico varreu-me o corpo todo, ao final do dia, em aragens tépidas. Não há mal no cansaço, é só um alarme do nosso corpo quando desperdiçamos tempo a mais.

segunda-feira, setembro 25, 2006

A bonança e a tempestade

As tempestades de Verão sempre me impressionaram muito... O azul do céu é sempre mais azul antes da borrasca e a quietude instala-se momentos antes de rebentar o trovão.

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Óleo sobre tela, 18X24 cm

Bucolismo...

Gosto de olhar as árvores e gosto de as desenhar... Há qualquer coisa nas árvores que me faz sentir mais próximo da Eternidade, do Infinito. Não que as árvores durem para sempre, mas são, sem dúvida, mais duradouras que nós. Além de recordarem os séculos, vivem com as raízes bem fundas na Terra, mãe primeva, e esticam os seus ramos para o alto, para o Céu...

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Desenho a tinta-da-china em suporte de papel

quarta-feira, agosto 16, 2006

Spakoina tak ózero...

Em russo... Tranquila como um lago - a superfície calma, as entranhas remexidas em correntes e contra-correntes. Não queres afogar-te em mim?

segunda-feira, julho 17, 2006

\a \ humanidade

Asas imensas a abrir sobre um globo exangue... a tentar chegar às estrelas e ao Princípio de Tudo (a escada para a compreensão).

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Estudo a carvão

quinta-feira, junho 29, 2006

Movimentos

Gosto de viajar. Não pela atracção do destino, mas da viagem em si. Das cores, da mudança de luz, do movimento, da novidade, tudo progredindo numa marcha inesgotável, com o passado a fundir-se num ponto escuro lá atrás, o presente banhado de luz e de fantasia e o futuro como incógnita, como algo à espreita ao virar da esquina.
Penso que a viagem é uma metáfora pequena e mais limitada do que é a vida. Talvez por isso goste tanto de ambas...

terça-feira, junho 20, 2006

Autenticidade...

Here´s my absent frame of mind: Nearing 30 and not a clue...

sábado, junho 17, 2006

Pôr-do-sol na barra do Tejo

Uma experiência amadora e muito imperfeita em aguarela. Esta é a interpretação de uma pintora autodidacta de um pôr-do-sol na barra do Tejo, onde se vê o farol do Bugio e a ponta de Cascais...

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O banner deste blog após edição de imagem com The Gimp.

sexta-feira, junho 16, 2006

Há quase um ano... 25 de Maio, 2005

Há muito, muito tempo atrás, onde as brumas da imaginação se fundem com as memórias, eu fui uma criança. E tinha asas abertas como as de um condor e a liberdade era infinita e azul, como o céu.Algures nos picos montanhosos do meu mundo imaginado erguia-se a minha Machu Pichu, também ela último bastião da minha inocência e da vontade e alegria de viver de então. Também esta agora encontra-se deserta, povoada por sombras espectrais, que não sei se memórias ou sonhos. De quando em quando é por mim revisitada, não como Mulher, mas como Mulher-Criança, que nunca teve pressa ou vontade de crescer. Também agora tenho asas abertas como as de um condor, mas agora debatem-se esfarrapadas, descarnadas, num céu que já pouco tem de azul, mas antes é escuro, cinzento e sufocado de nuvens, até que as fúrias dos ventos me arrastem em turbilhão para a vertigem, quando já for Anciã-Criança. E é assim que se evola o tempo, numa vertigem constante de céus azuis e de nuvens escuras, nunca nada iguais, mas castelos que se constroem e desfazem no Ar e se transfiguram e metamorfoseiam, até nada mais serem que possibilidade.
As brisas e ventanias acariciam a minha pele-penugem, eriçando-me e sustendo-me, enquanto rodopio no ar, ao encontro das minhas memórias-sonhos adormecidos num breviário de sucessões temporais. Algures no tempo, os meus olhos tinham estrelas e as minhas mãos eram fieiras de água, lusas e transparentes, em comunhão com o Ser. As árvores-pernas que me sustinham desenraizaram-se e agora nada mais há a fazer, porque toda a essência de mim é ave, que anseia por voos e vertigens de azul, lá no alto, nos picos sobranceiros de um imaginário sonhado real. A minha garganta contrai-se em piados que nada mais são que “Aqui! Estou aqui!”, um ponto negro que se derrete numa liberdade azul.
E se tu és peixe, meu amor, como pode a tua essência clamar também pelo Ar? Mesmo repousando na Água que, por vezes, é o meu corpo, onde podes tu encontrar abrigo? Com os teus olhos de poços negros contemplas outros céus que não os meus, porque estás deles mais distante, nem nunca sentiste a angústia de Ícaro que me confrange os ossos e toda a minha maravilhosa estrutura voadora, que é de criança, mas de condor também. Mesmo que eu repouse também na Água que não queres por lar, sabes que a encruzilhada de nós dois só pode ser uma outra essência, que não real, mas efémera e idealizada. Se estranhos fôramos, maravilhosas máquinas de rendição e de absolvição, não teríamos a Ânsia de outro mundo onde o Ar e a Água se fundissem, como num só turbilhão pregne de Substância, promessa de um Desejo e sonho de Princípio. Assim, turbilho em torno da minha cidadela cravada nuns quaisquer picos nebulosos de recordação-ideal, e fecho os olhos a um Devir de imaginação e as folhas de um breviário de ilusões.

II.

De um sol líquido é a penumbra feita, onde repousam os meus olhos cansados de tantas visões. Nela as formas alongam-se e revelam a sua verdadeira identidade. Qual pitonisa prescruto-a, em busca do que me foi tirado e que nunca conheci. Ela só me devolve o brilho de uns olhos-espelho onde me vejo no reverso de mim mesma, o caminho que ainda tenho de percorrer. Eu sou o que fui, mas também promessa de amanhã.

Solidões e nadas...

A solidão é feita de pequenos nadas, que, de uma forma inequívoca e intangível, se ampliam, até encherem o nosso vazio de um tudo de cor, luz e sintonia.
O nada não existe, nem o estarmos sós. Somos um todo branco e luminoso com tudo o que nos rodeia, ampliado até ao infinito...

segunda-feira, junho 12, 2006

Porto, algures, num momento a sós

As massas de nuvens cinzentas cobriam os céus, assim como outras de diferente natureza toldavam o meu horizonte e o meu Ser. Sentada num banco de pedra que me gelava as carnes, olhei para cima, em êxtase... As nuvens coavam dedos de luz que, aqui e ali, acariciavam a terra. Por breves momentos também eu me vi envolvida num círculo de luz... fechei os olhos, cega pela intensidade e profundidade do espectro solar.
Nada é eterno, tudo é efémero, disse alguém um dia. Assim como as montanhas se desfazem e são arrastadas para o mar, também o curso dos meus dias, e num tempo mais breve, me levará a outros portos e as minhas incertezas serão outras, diferentes destas que agora me inquietam.
Nada dura para sempre... nem a inquietação, nem a frustração, nem a saudade de um querer ser que ainda o não foi.

Artífice